segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sinal de alerta no Morumbi

O que você diria se seu time fosse o líder do campeonato, com 100% de aproveitamento nas primeiras cinco rodadas, defesa menos vazada, segundo melhor ataque, com um time equilibrado, mesclando jovens talentos com a experiencia de algumas peças no elenco e fosse enfrentar o maior rival, que está logo atras na tabela?
Muitas coisas passaram na cabeça de vocês, aposto, desde uma vitória chacoalhante até um 'bom' empate, levando-se em consideração que a partida é disputada no Pacaembu, com mando do adversário.

Pois é, apesar de todas as virtudes que eu citei acima, não comentei com vocês que a maior estrela do elenco está com a Seleção Brasileira, que o segundo volante que vinha se destacando pelas ótimas chegadas a frente estava doente e não participou, também não disse que um (bom) zagueiro de 18 anos foi improvisado como lateral esquerdo, pois não havia nenhum disponível no elenco (um machucado e outro suspenso), e eu não falei o mais importante: o treinador arrumou a equipe parecendo ser movido pelo famoso dito popular "em time que está ganhando não se mexe". E parece que Carpegiani caiu nessa 'armadilha'.
Digo isso por um simples fato: como o SPFC ganhou os cinco primeiros jogos com 4 volantes em campo Carpegiani, ontem, optou pelas trocas mais básicas; promovendo a estreia do volante Rodrigo Caio de 17 anos na vaga de Rodrigo Souto; Carlinhos Paraíba entrou na vaga de Casemiro, Bruno Uvini pegou o lugar do lateral Juan, improvisando, assim, Luiz Eduardo na lateral esquerda e cometeu mais um equívoco colocando Fernandinho como titular no lugar de Lucas.
Não vou analisar taticamente como o SPFC jogou ontem, mesmo por que, antes da expulsão de C. Paraíba o jogo estava parelho, com um volume um pouco maior pro lado corinthiano.

Quando se há muitos jovens no campo de jogo, quem é mais experiente, mais 'rodado' têm que dar o bom exemplo e não foi isso que aconteceu com Carlinhos, que tomou dois cartões amarelos em menos de 10 minutos e foi
expulso pelo arbitro, deixando o setor de marcação no meio campo para Rodrigo Caio e Wellington cuidarem sozinhos.

Tite não precisou de muito pra ganhar o jogo. No intervalo arrumou o ataque e aos 40 segundos venceu a partida. Aos 7 confirmou a vitória e aos 15 minutos desenhou o esquema pra uma goleada.
Digo que o Corinthians venceu o São Paulo aos 40 segundos, por que a equipe do Morumbi têm um dos problemas mais graves do futebol de alto rendimento. O SPFC se entrega nas adversidades. Mas não se entrega no bom sentido, 'dando a vida', correndo, tentando ir pra cima, jogando futebol. Pelo contrário, os jogadores vão 'largando' pouco a pouco e isso vai tirando a paciencia do torcedor.
Creditar a derrota por cinco a zero ao arbitro me parece um absurdo, afinal haviam 11 jogadores que treinam, que são profissionais e jogam num clube grande do outro lado.

Ao final da partida, duas entrevistas chamaram muito a atenção.
Dagoberto, ainda no campo, disse que a realidade do São Paulo é essa, e que as vitórias tinham sido aos 'trancos e barrancos'.


Não sou adepto do famoso "papo de padaria", nem acho que ele quis dizer que as derrotas são a realidade do time, mas é estranho Dagoberto dar uma declaração dessas uma semana depois de obter seu passaporte comunitário.
Já Carpegiani foi para a tradicional entrevista coletiva e declarou por duas ou três vezes que a juventude da equipe atrapalhou no decorrer da partida. O que fariam Rivaldo e Ilsinho no banco de reservas? A conversa tava boa? Pelo amor de Deus, né?!
Se experiencia é o que faltava, os dois jogadores poderiam ter entrado já no intervalo nos lugares de Marlos e Fernandinho, compactando todo o meio campo com defesa e ataque e TALVEZ o SPFC não tivesse tomado um baile

de Liedson e cia.

Mas o 'se' não existe e a derrota serve pra ligar o alerta na equipe tricolor. Já o Corinthians vai para a Bahia cheio de moral com chances de se tornar líder já na proxima rodada, isso é, se o SPFC não tiver vergonha na cara e perder para o Botafogo, quarta feira 21h50, no Morumbi.



abs,

Felippe Palermo.

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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Que coisa louca, eu já sabia



E deu a lógica. O dia 22/06/2011 ficará marcado para sempre na história do Santos FC.
Foi um jogo tenso, muito pegado, com o Peñarol ganhando o meio campo nos primeiros 10 minutos, mas nada que assustasse o Santos do competentíssimo e vitorioso Muricy. A partir dos 15 minutos do primeiro tempo o SFC dominou o jogo e começou a partir pra cima do Peñarol que se defendia muito bem. E só.
Com a chegada do segundo tempo e o gol de Neymar, vimos que não precisa mais 'jogar bola' pra chegar longe; digo isso por que a equipe uruguaia chegou muito longe pro time que tem. É claro que tinham que acreditar no título, independente do quão ruim se é jogando futebol, a torcida faz uma belíssima festa, os jogadores 'dão a vida' em campo, Martinuccio esteve iluminado em 3 ou 4 oportunidades e o acaso esteve lado a lado com os uruguaios por toda fase eliminatória. Contra o Inter dois gols em 4 minutos e pronto, contra a Universidad Catolica 3 frangaços do goleirão chileno e classificação, contra o Velez um escorregão de Santiago Silva numa cobrança de penalti aos 33 do 2º tempo credenciou o Peñarol à reeditar com o Santos uma final de Libertadores. Pra mim, nada demais. Se o SPFC jogar outra final com o Atletico-PR daqui a 37 anos, nada mudará, assim como se o Boca pegar o Once Caldas daqui a 58 anos em mais uma final, será maos uma final. Santos e Peñarol do inicio dos anos 60 foram grandes times. Hoje, o Santos é um bom time com um genio e um baita treinador, o Peñarol é um punhado de jogadores raçudos e um lance legal de Martinuccio em alguns momentos, e nada mais que isso.
Mas não vamos pormenorizar o adversário, vamos enaltecer Rafael que brilhou das oitavas em diante; Durval que ontem jogou muita bola; Leo que continua dando conta do recado, mesmo com pequenos problemas físicos; Arouca que é um monstro dentro de campo, forte, rápido, marca muito, tem uma velocidade e um arranque incríveis e foi extremamente importante ontem, quando puxou o contra ataque do primeiro gol; Ganso, um maestro, muda totalmente o meio campo, o time joga no seu ritmo e Elano que fez gols importantes na 1ª fase. Além é claro de todos os outros colaboradores. Nenhum título se ganha sozinho, o trabalho vai desde o roupeiro, passando por cozinheiras e seguranças até chegar nos atletas.

Eu ainda não citei Danilo, Muricy e Neymar. E o que tenho pra falar é muito objetivo: o Santos deve a sua sobrevida à Danilo, pois ele fez aquele golaço contra o Cerro, ainda na primeira fase, e deu condições para o Santos seguir vivo no torneio; além de jogar muita bola em todos os jogos, sendo no meio campo ou na lateral, ele sempre jogou com a maturidade de um jogador veterano, porém, Danilo é o nosso lateral direito titular na Seleção sub20. Torço demais por esse moleque!
Muricy Ramalho, ô Muricy!!! O cara que diz que 'mata-mata é sorte' chegou no ponto alto de sua carreira em mata-matas. Treinador dedicado, trabalhador, multi vencedor, as vezes meio secão, mas muito boa gente. É merecedor de tudo que têm e conquista, pois ele trabalha. E não trabalha pouco não. Muricy sempre diz uma frase que não é a mais modesta, mas é a pura verdade "Aonde eu vou, eu ganho". Gostem ou não, o cara é fera.
Eu cobro um futebol bem jogado, pra frente, ousado e tudo mais, mas o que fica marcado na história é o resultado, e resultado é com ele mesmo. Se o resultado vier aliado à esse futebol brilhante, ótimo, caso contrário, que seja campeão de tudo ganhando de 1 a 0 de todo mundo. Esse é o esporte hoje, cada dia menos jogado e mais estudado; filosofia de trabalho hoje é tudo, inteligência é poder e quando coloca talento nesse meio, tudo fica menos difícil. E Muricy é assim, vencedor!

Agora e o camisa 11, lembram dele? O cara que joga sozinho, que participa de tudo, toda hora, na final chamou pra si, aos 19 anos, a maior responsabilidade
da sua carreira. Neymar, você repetiu inúmeras vezes ao final do jogo que fez história. E fez da maneira mais bonita possível, jogando uma bola que há anos não viamos no Brasil. Não vou me alongar elogiando o moleque, por que todo tipo de elogio fica pequeno perto do que Neymar Jr. fez nessa Libertadores.
Ele venceu, ele fez história, ele fez gols, ele fez, ele aconteceu, ele joga no Santos Futebol Clube, o segundo clube brasileiro a chegar ao Tricampeonato da Libertadores da América. Parabéns torcedor santista, parabéns Luis Alvaro, parabéns funiconários e colaboradores, parabéns atletas, parabéns Neymar e cia. Vocês, de fato, fizeram história!

Abs,

Felippe Palermo.

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ainda é cedo, mas se deixar...

Dia 12/05/2011, quinta feira 0h, Estádio da Ressacada em Floripa. O bicho pegando no vestiário do São Paulo Futebol Clube após uma derrota de virada por 3 a 1 diante do fraco Avaí que culminou com a eliminação da equipe paulista da Copa do BR e desencadeou muitas mudanças no Tricolor. Rivaldo abriu o bico, Carpegiani foi mandado embora, mas não saiu e quatro dias depois voltou, Rivaldo ficou mais tranquilo, Juvenal Juvencio tomou algumas providências (do jeito Juvenal Juvencio de ser), Alex Silva saiu e o Campeonato Brasileiro que começaria em 10 dias vinha com a pior das perspectivas.
Um time sem comando, com bons jogadores, porém em sua grande maioria, jogadores 'sem alma' e com baixa auto-estima.
Como eu sempre falo aqui, futebol é algo que transcende o entendimento de nós, cidadãos, é bonito, é legal de acompanhar, é injusto e dá muitas voltas, umas mais rápidas, outras nem tanto, mas hoje dia 20/06/2011 temos um SPFC rapido e competitivo, com um treinador que está sempre na 'corda bamba', porém muito trabalhador e muito competente.

Rogério Ceni continua em boa fase, como lhe é caracteristico, comandando a equipe com sua liderança natural e defendendo muito, calando alguns poucos crítico
s que sobraram na mídia brasileira que teimam em falar que o goleiro com maior número de gols na história do futebol, não joga em alto nível debaixo das traves.

Isso sem falar no garoto Lucas, nascido em 1992, despontou ano passado com características muito interessante: boa finalização, dribles rápidos e uma arrancada fenomenal.
Lucas é aquele tipo de jogador que não tem medo de 'cair pra dentro', tem personalidade forte e é tão decisivo para o São Paulo quanto Neymar é para o Santos, a diferença é que Neymar já têm 3 títulos e Lucas ainda não ganhou nenhum, porém isso não tira nem 1% do brilho da jóia do Tricolor Paulista. Sem duvidas, ele dará muitas alegrias para a torcida do SPFC.
E entendam: eu falei que Lucas é tão DECISIVO quanto Neymar para suas equipes. Apenas isso!

Por incrível que pareça, Carpegiani conseguiu montar uma equipe forte, sólida e com muitos jovens, como desejava Juvenal Juvencio e a cúpula Tricolor no inicio do ano.
De todas as gratas surpresas, a maior foi a cara que Carpegiani deu ao time do SPFC.
Luiz Eduardo e Xandão vêm dando conta do recado na defesa; Casemiro e Wellington vêm jogando uma barbaridade e Lucas comanda a ligação do meio com o ataque. E o ataque tem como seu principal jogador (ainda e sempre) Dagoberto. (Lembrando quem Luis Fabiano passou por operação no joelho e reestreia em agosto).
Ele também conseguiu fazer com que jogadores que sempre foram vaiados pela torcida rendessem e ajudassem diretamente a equipe. São eles: Xandão, Jean, C. Paraíba e Marlos. E a naturalidade com a qual o SPFC joga é bacana de se ver, defende-se muito (como vêm acontecendo com os times de ponta), contra ataca com muita velocidade e finaliza muito bem as jogadas.

Mas o treinador Tricolor terá um mês de julho complicado com a ausência de Lucas (Copa América com a Seleção Brasileira), Casemiro, Bruno Univi, Willian José e Henrique (Seleção Sub 20), por isso eu acho que ainda é cedo para fazermos qualquer tipo de projeção, mas um time com a camisa e a história do SPFC é sempre candidato à brigar pelas primeiras posições; ganhando 5 jogos seguidos, com 100% de aproveitamento, melhor defesa, segundo melhor ataque, com jogadores jovens no elenco, com Rogério Ceni, Lucas e Dagoberto em grande fase, as coisas podem se encaminhar para algo muito maior.

Dagoberto, aliás, é um caso a parte para mim. Foi muito contestado pela torcida e por membros da diretoria, mas agora parece que conseguiu um pouco de paz. Eu sei que jogou mal contra o Internacional na primeira partida da semifinal da Libertadores de 2010, no Beira Rio, mas é muito bom jogador. Brasileiro tem memória curta e isso é cultural. Ninguém lembra que Dagoberto participou de quase todos os gols decisivos nos Brasileiros de 2007 e 2008. E isso ninguém comenta. E outra, nenhum jogador é titular do SPFC desde 2007 até hoje sem merecer.
O que acontece com Dagol é uma síndrome que alguns jogadores têm: são rotulados (geralmente bem no inicio da carreira, ainda novos. Ou depois de UM grande campeonato) como craques, tornando-se assim eternas promessas de craques.
Dagoberto é muito bom, em determinados momentos é ótimo, e de vez em quando têm lampejos de craque.

O Camp. Brasileiro é muito longo e todos sabemos que nada se define nesses próximos dois jogos, entretanto, se o São Paulo não perder do Corinthians no Pacaembu e ganhar do Botafogo no Morumbi, provavelmente, a diferença de pontos para o ultimo time do G4 ficará bem ampla, fazendo assim com que a equipe do Morumbi desponte como uma das favoritas ao título e à vaga para a Libertadores do ano que vem. Além, é claro, da confiança e da maturidade que o grupo pegará sem sua principal estrela e o volante Casemiro, que vem fazendo um campeonato perfeito até aqui.

Esse é o São Paulo FC, o papa-títulos da história recente do Brasileirão, que vem forte, mas precisa manter os pés no chão e jogar muita bola, pois faltam 33 rodadas para o fim do campeonato; e 33 rodadas é muita coisa, muita coisa mesmo!

Rogério Ceni mesmo diz: "de que adiantam bons jogos, vitórias magníficas e goleadas, se o que fica na história são os quadros nas paredes e os títulos que conquistamos".


O caminho é longo, difícil, cheio de pedras, mas falamos de São Paulo. Afinal, será que o Campeão voltou?

Abs,

Felippe Palermo.

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Se não vacilar, é Tri

E começou a final da Libertadores. 13 em 10 times no Brasil gostariam de estar lá, disputando contra quem quer que seja o direito de jogar o Mundial de Clubes no final do ano.
E o Santos FC é o grande felizardo do ano. Jogando contra um pouco inspirado Peñarol, que é muito mais reconhecido pela força de vontade e pela famosa festa de sua torcida nos jogos feitos no Estádio Centenario do que por um futebol bem jogado.


Ontem, vimos um jogo meio frio, meio chato, com os adversários se estudando, jogando um pouco presos, como são os primeiros jogos em finais de grandes torneios, taças e copas.

Uma constatação interessante sobre o jogo de ontem foi que se o Santos fosse um pouquinho melhor, teria acabado com o sonho uruguaio ontem mesmo; porém, também constatei que se o Peñarol fosse um pouquinho melhor, teria feito dois ou três gols e poderia complicar a vida do favorito Santos aqui no Pacaembu.

Dessa vez o treinador do Santos não estava errado em segurar o time uruguaio, tanto é que muitas vezes vimos a equipe brasileira marcando lá na frente, e isso foi muito importante para o Santos 'ganhar o meio campo' e ter uma pose de bola boa em alguns momentos na casa do adversário.

Final de Libertadores é assim mesmo, truncado, 'pegado', com entradas firmes e dessa vez não foi diferente.


Neymar, o gênio da Vila não gostou da marcação que recebeu, muito menos das bobagens que o arbitro falou para ele; chegou até a reclamar no intervalo, mas sabem como ele respondeu? Jogando, correndo, driblando (muito), armando o jogo, puxando pra si uma responsabilidade que desde o jogo contra o América-MEX nas oitavas já era dele. Pode não ter dado certo ontem, como deu em quase todos os outros jogos, mas ele é diferenciado.
Muricy ameaçou tirá-lo de campo devido a uma suposta ameaça do arbitro contra o camisa 11 santista, mas acertadamente não o fez e deixou o moleque jogar solto, principalmente no meio do primeiro tempo e no inicio do segundo.


A única coisa que não pode acontecer em São Paulo no próximo dia 22, é um Santos igual ao que vimos jogar contra Cerro Porteño e Once Caldas. Só defendendo, dependendo sempre de um lampejo de Neymar ou de alguma bola parada.
Tem que jogar, tem que ir pra cima deles, com inteligencia e disciplina tática, óbvio, mas tem que jogar e não apenas contra atacar, mesmo por que o Peñarol já provou que joga muito bem fora de casa. Eu, particularmente, não acho pouca coisa eliminar o Internacional em pleno Beira-Rio de virada (isso sem falar da Universidad e do Velez). Logo, o Santos não pode vacilar de jeito nenhum.

Ganso, Léo e Jonathan provavelmente voltam, e o time que ontem jogou bem, se fortalecerá e tem tudo pra fazer valer o apoio de 40 mil santistas e vencer a Libertadores na frente de seu torcedor.
Pra ser sincero, não sei em quais condições físicas os três voltarão, mas com certeza o favoritismo é brasileiro, independente da parte física dos três.

E se nenhum desastre acontecer, mais um time brasileiro se juntará ao São Paulo FC como tricampeão da América.

Abs,

Felippe Palermo

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pra Sempre Fenômeno

O Ronaldo é um cara impressionante. Para quem entende de futebol e para quem não entende nada. O que ele fez, o que ele inventou com a bola no pé, foi maravilhoso.
O maior camisa 9 que a Seleção Brasileira e o Mundo já viram se aposentou de vez nessa terça feira em São Paulo.
Num jogo onde nem tudo foi festa para a Seleção de Mano, Ronaldo Luiz Nazário de Lima foi quem deu o tom para a derradeira alegria de o vermos jogar.
Todas as pessoas ali presentes no Pacaembu, viram um Ronaldo (hoje sim, com muitos kg a mais) solto, tranquilo, curtindo os ultimos momentos de uma palavra que ele carregou consigo durante todos os anos de sua carreira: o protagonismo.
Atire a primeira pedra quem não concorda que esse carioca de 34 anos foi o maior protagonista que vimos no futebol brasileiro nos ultimos muitos anos. Claro que não podemos esquecer nunca do baixinho Romário, mas Ronaldo foi diferente, foi fenomenal. Romário foi jogador, Ronaldo foi atleta. Deu voltas por cima que até a medicina dúvida; contradisse médicos com recuperações improváveis, jogou, lutou, ganhou, perdeu, caiu, levantou, venceu, convenceu e venceu de novo.
É um vencedor! Protagonista nato! Maior artilheiro em Copas do Mundo, multicampeão, autor de 414 gols na carreira, 414 gols fenomenais, importantes, com um peso e com a marca de uma das figuras mais carismáticas e adoráveis que esse mundo, as vezes tão feio, da bola viu.

Cruzeiro, PSV, Barcelona, Internazionale, Real Madrid, Milan, Corinthians são os clubes que tiveram o prazer de tê-lo em seu grupo.
Todos os escândalos, todos os problemas, os casamentos, os filhos, as noitadas, as bebidas, foram pormenorizados por Ronaldo de maneira sutil e categórica e ele sempre, SEMPRE respondeu dentro das quatro linhas com gols e vitórias.
Ronaldo é gol, Ronaldo é glória, Ronaldo é sinônimo de Brasil, de brasileiro, de superação, de carisma, Ronaldo jogou no seu limite e como um fenômeno, durou pouco para quem ama futebol.

Nos palcos brasileiros, algumas glórias com o Corinthians, dois títulos e a maior decepção para os corinthianos: mais uma eliminação na Libertadores, mas dessa vez no ano do centenário do clube. E adivinhem? A torcida do Corinthians o xingou, o culpou por mais um revés e sabe o que ele fez? Agradeceu e parou. Vencido pelas dores que o acompanham há anos, o Fenômeno 'largou a bola', mas a bola nunca o largará, por que ela será grata para sempre por ter sido instrumento fundamental na carreira do maior Fenômeno que o futebol acompanhou.

Faltava uma coisa. Faltava o ultimo adeus com a amarelinha; com a camisa que sempre lhe caiu como uma segunda pele, faltava uma festa de verdade para quem nos deu tantas alegrias. E essa festa veio no ultimo ato de Ronaldo como o protagonista dentro de campo. Neymar, Robinho, Jadson, Elias, André Santos jogaram por ele, queriam 'a cereja no bolo' que viria com um gol para coroar toda uma carreira.  Foram três chances em 17 minutos e Ronaldo não marcou. Em dois chutes, duas boas defesas do coadjuvante goleirão romeno, na outra oportunidade a bola veio como ele gosta, de frente pro gol, pé direito, corpo alinhado, um tapa firme na bola com a parte de dentro do pé, era só bater e correr apontando o dedinho que todo brasileiro está acostumado em ver de 4 em 4 anos com essa camisa... Mas um pequeno bloco de grama solto acabou com uma chance, mas não com o brilho do cara que de tão bom até assusta.
Esse foi Ronaldo, um  Fenômeno em tudo que faz. Aliás, sem duvida nenhuma esse blog poderia ser somente sobre ele. Eu teria histórias para contar durante uns 6 anos postando frequentemente. Mas ele não precisa, somente um "Obrigado por tudo, Ronaldo".

Ah, e quanto ao Romário, realmente ele foi o melhor de todos.
Acima dele só Pelé que é Rei e Ronaldo, Fenômeno.

abs,

Felippe Palermo.

http://www.twitter.com/felippe08

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Falta um jogo para a Copa Libertadores 2012.

O futebol as vezes reserva encontros interessantes. Ontem vimos um chacoalhão do Coritiba no Vasco, em Curitiba, no mesmo estádio em que depois de amanhã essas duas equipes lutarão pelo título da Copa do BR.
Ambos jogando com a equipe reserva, cada um com apenas um titular em campo. De um lado o bom Anderson Aquino defendendo o alviverde e do outro o goleiro Fernando Prass. O Coritiba entrou em campo mais ligado que o Vasco, já sentindo um pouco do clima quente (das arquibancadas) para a grande decisão de quarta.


Anderson Aquino estava em campo ontem por conta de uma suspensão na Copa do BR, ficando assim, de fora da grande final. E vai fazer uma falta danada!! Tanto é que no jogo de ontem foi o atacante do Coxa que desequilibrou, fez 3 gols, jogou muita bola e garantiu um sonoro 5 a 1 para a equipe paranaense.
Para os torcedores do Coxa essa vitória foi importantíssima, pois dá confiança para empurrar a equipe na próxima quarta. Já nos atletas nada acontece, mesmo por que a concentração dos jogadores do coritiba têm de ser muuuito grande, mesmo que tivesse perdido esse jogo de ontem. Então, esses 5 a 1 foram importantes, na verdade, para a torcida e para as pretensões (que ninguém sabe ainda quais são) do Coritiba no Brasileirão.
Para o Vasco também não acontece absolutamente nada, até por que os jogadores titulares nem em Curitiba estavam ontem; chegaram hoje pela manhã, tranquilos, convictos de que a finalíssima é outro jogo completamente diferente e tudo será definido ali, às 21h50 de quarta feira!

Algo que me chamou atenção e me chocou hoje foi uma entrevista do jornalista Victorino Chermont do Sportv com a psicóloga do Vasco, na qual ela diz que conversará com Fernando Prass por ter sido o unico titular na goleada... E eu pergunto, para que???
O goleiro vascaíno tem 38 anos, inumeros jogos como profissional, uns bons, outros nem tanto, mas enfim, ele é o goleiro titular do Vasco e participou de toda a campanha da Copa do BR. Será que há a necessidade desse drama todo, sra. Psicóloga?

Resumindo, o que vimos nesse domingo foi um jogo de duas equipes diferentes das que se enfrentarão na partida decisiva da Copa do BR 2011. Será um jogão, casa cheia, pressão de ambos os lados, muito frio e promessa de uma partida que marcará a história dos dois times; e mais ou menos 0h, saberemos pra quem a bola que tanto pune sorrirá, levando um deles para a tão sonhada Copa Libertadores de 2012.



Lembrando que há dois anos atrás, viamos um Couto Pereira parecendo um campo de guerra no rebaixamento do Coritiba naquele jogo histórico contra o
ameaçado Fluminense. E quarta feira, veremos um Couto Pereira lotado, empurrando o Coxa Branca pra cima do Trem Bala da Colina.

Quanto ao Vasco, trata-se de uma equipe muito boa, até certo ponto surpreendente que joga num esquema muito bem montado pelo Sir Ricardo Gomes, e que tem em Diego Suza e Felipe as duas grandes fontes de inspiração no meio campo. E quer saber? Se eles realmente estiverem inspirados na noite fria de Curitiba, não sei não...

O mais interessante disso tudo é o que o futebol proporciona: a equipe carioca têm a sina de ser vice campeã dos ultimos campeonatos que disputou e a equipe parananense até outro dia era o Dream Team, o Barcelona brasileiro... E isso acabou! Acabou por que Ricardo Gomes colocou ordem na casa, acabou por que Felipe e Diego Souza começaram a jogar, acabou por que o Coritiba NÃO É um Dream Team e está a milhares de anos luz de chegar perto de pensar em ser um Barcelona. E não acreditem nos numeros, um empate dará ao Vasco o título (tirando a sina de vice campeão), e continuará "provando" que o Coritiba é forte e não perde em casa. Mas de que adianta não perder, se agora só importa a vitória?

Abs,

Felippe Palermo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A sorte é toda sua, Muricy.

..." Mata-mata é sorte. é um jogo lá, outro aqui...vc depende de o goleiro não falhar..de o juiz não dar um pênalti mal marcado... ..pontos corridos não, é o trabalho do treinador..."



Pois é, Muricy Ramalho foi o autor dessa obra prima que vimos acima.
Mas não é que o melhor treinador de pontos corridos do Brasil está a um jogo de ser campeão da Libertadores com um time limitado, mas cascudo?! Pois é... Mas qual seria a sorte de Muricy?
Seria o bom goleiro Rafael fechar o gol e pegar até pensamento nas oitavas de final contra o fraco América-MEX?
Seria Neymar participar de TODAS, eu disse TODAS as jogadas de gols do Santos das oitavas de final até aqui? Seria Zé Love fazer o gol mais importante da sua carreira num momento absolutamente decisivo?
Ou seria simplesmente o fato de que o seu nome, seu tamanho, o peso que têm ser o treinador que mais ganhou títulos nos ultimos anos aqui no Brasil já basta para um grupo limitado, porém sabedor daquilo que quer, se fechar com ele, se fechar pra ele e jogar todos os jogos de uma maneira inteligente?! Inteligente, porém covarde... Ou seria covarde, porém inteligente?
Conhecemos o velho Muricy há alguns anos e sabemos bem como é o esquema tático dele. Adora 3 zagueiros, a bola parada é sua arma favorita, suas defesas são famosas por serem extremamente eficientes e além disso tudo, ele fala a linguagem dos jogadores, tendo assim, o 'grupo nas mãos'. Agora coloquem todos esses aspectos ditos acima com a genialidade do melhor jogador brasileiro em atividade no Mundo: Neymar Jr.


O moleque joga sozinho. E joga mesmo, não é papo furado não.
Muricy Ramalho deu a SORTE de achar um time do jeito que ele gosta. Que se defenda, que ataque pouco, mas quando ataca, ataca com o melhor de todos. Aí sim, todas as críticas ficam pequenas, ou praticamente somem; por que Neymar ataca, e quem vai pra cima com Neymar, vai pra cima muitas vezes, cria muito, finaliza muito, e tudo parece estar bonito. Mas será que está?

O enigma na verdade é: Pra que sofrer tanto pra passar das oitavas pras quartas, das quartas pra semi e da semi pra final, se o time do Santos era melhor que os três times que enfrentou até aqui? Pra que ser humilhado pelo América-MEX, ter uma falta frontal contra o limitadíssimo Once Caldas-COL aos 43 do segundo tempo com chance de ser eliminado ali em pleno Pacaembu?
A semifinal foi um jogo diferente, onde o SFC JOGOU um pouquinho e logo aos 2 minutos deixou tudo mais tranquilo por que numa BOLA PARADA, a equipe alvinegra sacramentou a classificação.
Agora o Santos FC está na final, com a bola cheia e favorito ao título, o terceiro de sua história, por que tem Neymar. Como já disse aqui, o futebol não é justo e é extremamente cíclico. Esse time estava quase eliminado há 3 meses atrás, precisando vencer o mesmo Cerro de ontem lá no Paraguai, sem Neymar e Elano... E ganhou! E quem era o técnico? Muricy Ramalho... E como ele armou o time? Segurando os caras e ganhando em duas bolas: um chute maravilhoso do Danilo e um contra ataque que Maikon Leite aproveitou e pronto. Defende, defende, defende e sobrevida na competição.

Esse é Muricy Ramalho, que trabalha a parte defensiva como poucos, faz poucos gols, mas tem um menino de 19 anos que se chama Neymar Jr.
E essa é a sorte dele!

Eu já vi esse filme antes, em 2005 pra ser mais exato. Confiança nessas horas é muito importante!
E quem sabe como funciona o futebol, entende que o Santos é favorito, está fechado com o treinador e o atacante camisa 11 se chama...

Boa sorte ao Santos FC na final da Copa Libertadores. Muitos gostariam de estar aí, gostem ou não, Muricy Ramalho é responsável direto por isso tudo. Principalmente por armar sua equipe com dez defendendo e chutando tudo lá pra frente... Tá errado?? Não, o camisa 11 resolve!

Abs,

Felippe Palermo.