sexta-feira, 23 de março de 2012

Deu pro gasto

A equipe peruana do Juan Aurich é daquelas que assustam de tão fracas. Não havia futebol ali, havia uma marcação parecida com a do handbol, com 11 atrás da linha de sua intermediária e tome porrada em quem estivesse com a bola. E se a posse de bola era deles, chutão pra frente e só. Esse foi o jogo dos peruanos durante os 90 minutos.

O primeiro tempo santista, mesmo com o temporal no Pacaembu, mesmo contra um time que só marcou, mesmo contra todos os tipos de dificuldades quem tentem me falar, foi fraco.
O Santos não conseguia sair da enorme marcação dos caras, o jogo não fluia pelos lados e quando tentava pelo meio também não dava certo, ou era parado com falta ou errava a condução da jogada, enfim, o Santos não estava Santos.
Pior do que não conseguir criar nada foi ser conivente com a marcação e não ser efetivo em uma jogada sequer no 1º tempo.
Aí que constatei pela primeira vez a tese que defendo há 1 ano. O Santos é um bom time com um gênio em campo. E não tentem me provar o contrário, porque o peixe com Arouca, Henrique, Ibson, Ganso não é melhor que Ralf, Paulinho, Danilo e Alex ou Denilson, Casemiro, Cícero e Jadson, desculpa, não é. E sendo assim, com Neymar caçado em campo, o Santos esbarrou na dificuldade de não ter uma outra saída para as jogadas individuais.

Neymar, craque e inteligente, procurava sair da marcação pelo lado esquerdo e por vezes caiu pelo lado direito e pelo meio da defesa peruana, porém, com tudo congestionado nada aconteceu também.

Vale explicar que Neymar é, sempre foi e sempre será o diferencial dessa equipe e o "padrão Neymar de qualidade" é diferente do padrão brasileiro; quando Neymar não vai bem, geralmente é porque não fez 2 gols ou não participou de um dos gols da equipe santista, ou seja, o nível de exigência com o futebol apresentado por ele é do tamanho que ele merece ser exigido e quem chegou nesse patamar foi o próprio camisa 11.
E no 1º tempo de ontem, apanhando muito ou não, nem Neymar, nem o Santos conseguiram jogar.
O gol de Edu Dracena serviu pra confirmar a vitória já na primeira etapa.

Na volta do intervalo o Santos era outro, bem mais ligado e mais rápido e era isso que estava faltando.
Neymar e Ganso se acertaram, Arouca foi bem como sempre e aproveitando uma das milhares falhas do Juan Aurich, Ganso serviu Borges que bateu pra tras achando Neymar livre pra sacramentar a vitória santista.

O Santos perdeu uma baita oportunidade de fazer um saldo muito bom.
Por mais que Muricy tenha defendido que houve muita paciência e posse de bola, vi um Santos preguiçoso e jogando pro gasto ontem e uma pressãozinha mais forte faria o peixe faria saldo, importante no critério de desempate com o Inter para assegurar o 1º lugar.

Eu entendo que há jogos e jogos e dependendo do nível de importância de cada jogo a equipe se adequa e joga 100% ou não e acho isso válido, a rotina é cansativa, ontem especificamente o campo estava pesado e o adversário, além de ser ruim, só marcava e batia e assim fica quase irresistível não 'tirar o pé'.
E é exatamente por isso que continuo com a mesma opinião sobre o favoritismo santista, mas agora com uma Libertadores muito mais forte, por conta dos times brasileiros.

Que o Santos entenda que ser tão dependente de Neymar funciona desde 2010 e provavelmente vai continuar funcionando, mas é bom saber sair de uma situação com a cara de Libertadores sem ele também.
E não, isso não é uma crítica. Quem avisa, amigo é.

Abs.
Felippe Palermo.


Um comentário:

  1. Não assisti o jogo inteiro, mas era um jogo pra golear. Golear ainda no primeiro tempo, porque foi evidente que a chuva atrapalhou o desempenho de ambos os times, principalmente do Santos que sabe jogar futebol.
    Já que isso não ocorreu, o resultado foi suficiente para assumir a liderança, pena não disparar em saldos, mas deu para o gasto.

    Importante ressaltar que mesmo com um adversário fraco, o time foi paciênte, manteve a posse de bola, Dracena vem sendo destaque no início deste ano e o time está sempre com o controle dos jogos, aconteceu isso nos últimos, com exceto contra o SP.

    O elenco do Santos, com Juan e Fucile, chegadas de Magrão e Bernardo, com certeza ganhará e MUITO em qualidade e força. Importante para o decorrer da temporada, porque nosso calendário não favorece.

    Pois bem, em suma, o Santos esteve bem, chegou, fez a lição, deixou os torcedores felizes e voltou para casa líder.

    Volto a dizer que os favoritos ao título são: Santos, Corinthians, Fluminense e Internacional. Minha única certeza é que o título será do Brasil.

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