quinta-feira, 22 de março de 2012

No sufoco, de propósito


O Corinthians de Tite é sempre muito equilibrado e certinho e era aí que esbarrava no problema.
Faltava alguém que resolvesse lá na frente. Alex e Liedson não estão em suas melhores fases, Jorge Henrique é um jogador extremamente tático e voluntarioso, mas não é O cara. Sheik ainda não estava em campo, então a responsa caiu no colo de quem?
Oras, do cara que sempre resolve os jogos importantes e decisivos: Danilo.

O Cruz Azul veio à São Paulo para empatar, isso ficou claro quando o time se postou com uma linha de 7 jogadores atrás da intermediária do seu campo defensivo, porém quando tinha a posse bola saia com uma certa qualidade; e o melhor, sem dar chutões.
Água mole, pedra dura... E o coringão que tentava atacar sempre pelo meio, achou uma falta lateral. Alex botou na cabeça de Danilo e ali a porteira se abriu, pensei.


Mas o Corinthians tem uma particularidade. A sua calma e tranquilidade as vezes joga contra, por que torna-se um time muito dependente de uma jogava individual dos bons jogadores que têm no elenco.
E com a fase em que Alex e principalmente Liedson se encontram, dificulta muito.
Não confundam calma e tranquilidade com falta de pegada; isso o timão tem de sobra, esse time marcando é a cara do Corinthians, do jeito que a fiel gosta, mas atacando vêm deixando a desejar. O que também não quer dizer que não está dando pro gasto, tanto que o Corinthians é 1o na Libertadores e 3o no Paulista, mas em se tratando do mesmo ataque que ano passado encheu os outros times de gol, é válido uma chamada de atenção.

Com a entrada de Sheik no 2o tempo, o time melhorou e logo em seu primeiro lance Emerson já cavou a expulsão de Pinto, e mais uma vez, a porteira se abriu... Pensei, de novo.
Foi uma série de gols perdidos, eu contei 5 chances claras, fora as ameaças e o preciosismo. E assim, o Corinthians ia brincando na Libertadores, ganhando só de 1 a 0.


Quando a coisa começou a ficar mais séria e o Cruz Azul ganhou o meio campo, Tite fez algo que eu tirei o chapéu, colocou o centroavante Elton no lugar de Alex e projetou o time à frente, tirando a equipe mexicana de seu campo. As oportunidades criadas pelo Cruz Azul foram muito à base do 'Deus me livre', sem aquela jogada extremamente trabalhada, com exceção à bola na trave aos 44 do 2o tempo, que foi inciada com uma boa tabela entre os jogadores mexicanos. Fora isso, o que assustava mesmo eram os chutes de longa distância e a pressão natural de quem está atrás no placar e têm a posse de bola durante muito tempo.
Parece que o Corinthians sente a necessidade de fazer seu torcedor sofrer. Parece que por ser Corinthians e Libertadores, é quase irresistível não ganhar no sufoco, é de propósito, só pode.
Estava com o jogo na mão, não matou logo, deixou a partida perigosa. Tem que ter a mesma seriedade que já têm pra marcar, atacando.

O que é bom exaltar é a vontade dos jogadores do Corinthians em fazer história na Libertadores, isso é indiscutível, mas em contrapartida, não se pode brincar de perder gols como brincou hoje. Óbvio que o 'brincar' é uma força de expressão, mas nas chances claras de gol, além do goleiro Corona ter aparecido muito bem, faltou capricho e daqui pra frente, a Libertadores afunila e as equipes que vão chegar lá na frente são as que vão fazer mais com menos e é aí que eu concentro as chances da equipe de Tite, que de tão equilibrada e consistente tem quase a obrigação de achar essa eficiência o quanto antes.

Confio nesse time, que possui a melhor dupla de volantes do Brasil com Ralf e Paulinho, têm dois caras que crescem em jogos importantes e serão importantíssimos nos próximos jogos, que são Danilo e Emerson Sheik e têm um baita elenco do meio pra frente, Alex, Douglas, Liedson, J.Henrique, Willian, Gilsinho... mas nenhum deles atravessa a melhor fase. E até o final de abril, com certeza Liedson já terá marcado gols, Alex voltará a ser aquele que ditava o ritmo do time no final Brasileirão e Willian voltará a voar e o Corinthians vai chegar com muita força no mata-mata da Libertadores.

Acredite, torcedor corinthiano.
Um time que joga junto há anos, que se conhece, se respeita e é equilibradíssimo, com Ralf, Paulinho, Danilo e Sheik no comando em campo, têm bala pra chegar junto.
O que não pode acontecer é jogar Libertadores, achando que é Camp. Paulista.
Não é, e a consequência é dolorosa.

Abs.
Felippe Palermo.


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