quinta-feira, 5 de abril de 2012

Quem é quem

Ah, era o jogo mais importante do ano, aqui no Brasil.
Classificado por muitos como uma decisão antecipada.
Eram os dois últimos campeões da América duelando no Beira-Rio.
Era o Inter sem Oscar e D'Alessandro. Era o Santos de Muricy e Neymar.
Era, até os 20 do 2º tempo dia de Nei, não de Ney, mas de Nei, o lateral colorado.
Era...

Se a Libertadores tem uma 'cara', ontem ela estava a caráter. Jogo grande, dois times tradicionais, estádio cheio, pressão, enfim, tudo que um jogo dessa magnitude merece.
Quando a bola rolou, vimos mais do mesmo. Neymar criando tudo sozinho, o Internacional batendo na jóia santista e acreditem, saindo no contra ataque. Mas há uma explicação para tal. Nei, de falta, abriu o placar logo aos 8 minutos de jogo, e o Inter se fechou.

O fato de ter se fechado não quer dizer muita coisa, talvez nem tenha uma ligação direta com o que vou dizer aqui, talvez tenha. O fato é que esse é o pior Inter desde 2004. E sabe o que o Santos tem a ver com isso? Tudo.
Por que são nesses jogos que vemos quem é quem. E esse Inter, nem de longe parece o super colorado de 2006, nem tampouco o ótimo grupo de 2010.
The Strongest, Juan Aurich, Zamora, Dep. Táchira servem para dar moral ao grupo e ao torcedor, só. A gente mede a capacidade de uma equipe em jogos como esses, enfrentar Santos, Corinthians, Fluminense, Boca... aí sim é parâmetro. E baseado nisso, esse Inter não vai longe.

Ou melhor, talvez até vá, porque futebol é assim, prega as mais absurdas peças na gente. Mas se der um pouquinho de lógica, essa equipe cai ao pegar o primeiro adversário do nível do Santos, por exemplo. E não me vem com esse papo de camisa e tradição. Isso existe até o primeiro gol do outro time, logo, se não houver uma mudança de postura dos próprios atletas, ficará muito difícil fazer qualquer tipo de projeção positiva para os colorados.

Já o Santos não tem nada a ver com os problemas dos gaúchos, pelo contrário, mostrou tanto na Vila, quanto no Beira-Rio que é mais time. Inclusive lá em Porto Alegre, teve incríveis 68% de posse de bola. Acho que a derrota para o Barcelona serviu pelo menos para trazer um pouquinho da filosofia implantada pelos catalães, eu disse filosofia, não futebol. Não confundam.

No meio do jogo de ontem, me veio à tona a Libertadores do ano passado, porque Neymar estava extremamente sobrecarregado com o estilo de jogo de ontem. 'Por que?', perguntará o torcedor santista com cara de 'saco cheio', e eu com toda paciência, explicarei.
Isso acontece muito quando Ganso não está bem na partida. Convenhamos, Arouca, Henrique, Ibson e Borges não são jogadores que definem um jogo sozinhos. Ganso define. Neymar, nem se fala.
Então, entende-se que a equipe do Santos não é a melhor individualmente, mas coletivamente é equilibrada, muito bem treinada e conta com um cara que está sempre bem. Mesmo quando está mal, ele ainda está num nível acima dos demais.

Então, entendam. Não disse que o Santos tem um time ruim. Tem um bom time, mas seus jogadores não seguram a bronca que Neymar segura 'sozinho'. E uma hora isso pode dar errado, ou não. O fato é que o Santos segue, e tem que seguir. 
Claro, não se faz projeções negativas, ainda mais no caso do peixe que é favorito, mas vale ressaltar que a sobrecarga em Neymar é cada vez maior e mais visível. Pode ser que dê errado, pode ser que não.
É bem capaz que continue dando certo por anos e mais anos, e no final das contas, a sorte é toda sua, torcedor santista.

Abs.
Felippe Palermo.

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